Meio século esta noite…

por Inoema Jahnke

Tenho a alma preenchida de vida, de tudo o que me toca profundamente… Quando busco equilíbrio mergulho em mim, me fortifico em cada memória no meu acervo de erros e acertos.

Hoje o coração pede paz, pede um ritmo mais pausado e menos taquicardia, não é cansaço da idade é sabedoria do tempo! Levei tempo para entender que me fazer muro, proteger aos que amava, aquecia minha alma, glorificava meu amor, mas desestabilizava minha mente, por mais esperada que seja a reciprocidade o caminho mais justo que encontrei foi buscar em mim mesma a minha paz, afinal de quem vou cobrar as tempestades se não de mim mesma.

Sim, hoje desfruto do meu lugar ao sol… Mas da mesma forma enfrento os dias cinzas… Estou de pé, e é assim que a vida me vê, de pé, o tempo passa por mim como o vento que me contorna, me areja e me nutre, por vezes mais afoito e em outros me abraça em calmaria…

Busco a forma mais bonita de me mostrar ao mundo, não é vaidade é gratidão…

Agradeço o privilégio de estar aqui, se ao sol, se a chuva, não importa, o tempo que me pertence passará se estiver dormindo ou acordada, não é o tempo que determina a velocidade dos meus dias, mas é ele que determina a pressa dos meus sonhos.

Tento deixar o meu melhor nas pessoas que compartilham meu caminho, se apenas por um minuto ou pela vida inteira, mesmo nas tempestades dos dias cinzas, ainda ali quando sou ventania, gosto de pensar que uso a minhas forças para o bem.

Se entrego o meu melhor e “esse melhor não basta”, não é culpa ou falha minha, é apenas a expectativa alheia que não foi alcançada, a única superação que está a meu alcance é a minha própria.

O conforto que esta consciência me traz é de paz, de autorrespeito, de compaixão com minhas falhas e gratidão com minha história.

Tenho orgulho de estar em tudo que está em mim, estou hoje como e onde deveria estar, em paz comigo mesma, em harmonia com minhas expectativas, realizada com minhas conquistas, satisfeita com minha integridade pessoal e agradecida a minha história, hoje os meus 50 me encontram de pé e é assim que me vejo diante do tempo… de pé!

De cabeça erguida de coração leve e de alma iluminada.

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