Metamorfose às avessas, se fez lagar à borboleta…

por Inoema Jahnke

Havia um ar maléfico, 

Uma sombra no modo de olhar… 

Talvez, quem sabe… ali sempre estivesse. 

Debrucei-me no algibe da minha solidão, 

Senti o peso das correntes… 

Absurdamente grossas e enferrujadas. 

Percebi que a minha dor não fazia ruídos, 

Como alguém que sufoca em uma sala abafada 

Lentamente fui sendo entorpecida e não fiz nada… 

Eis ali, sem casulo de transmutação, enclausurada… 

A borboleta em mim estaticamente petrificada 

Observando tudo sem fazer nada. 

Havia um que de contentamento

Nos olhos do meu algoz, 

Ao ver-me sufocar em meus aposentos. 

Ali o mais feroz dos monstros, 

Faminto voraz dos meus dias 

…Era o tempo.

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DICA DE LEITURA POEMA – BRUMA BRANCA DO TEMPO – Sob a bruma branca do tempo, ali repousa incólume o firmamento…

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